terça-feira, 10 de novembro de 2015

A COSTELA AFRICANA DOS FILHOS DOS RETORNADOS

Entre 1974 e 1975, meio milhão de pessoas desembarcaram em Portugal vindas das ex-colónias. Chamaram-lhes retornados, apesar de muitos não terem nascido aqui. A vida nunca mais foi igual, nem para quem veio nem para quem cá estava. Nos 40 anos da independência de Angola, recordamos histórias de quem chegou ainda menino e moço mas jamais esqueceu que, um dia, tinha vivido em África.

por Dina Soares e Joana Bourgard
No dia 11 de Novembro de 1975, Angola tornou-se um país independente. Para trás, ficavam quase 500 anos de presença portuguesa e 13 anos de guerra pela libertação. Esperavam-na mais 27 anos de uma guerra civil que matou meio milhão de pessoas, provocou mais de um milhão de deslocados arrasou infraestruturas, empreendimentos económicos, instituições.
Em pouco mais de um ano, entre o Verão de 1974 e o Verão de 1975, chegaram a Portugal, vindas das ex-colónias, cerca de 500 mil pessoas. Mais de metade veio de Angola, nos 905 voos de Luanda e Nova Lisboa para Lisboa ou pelos seus próprios meios.
Entre os retornados – palavra que os repugna mas também que os une – cada um tem sua história. Os mais velhos relatam dificuldades, falta de emprego, de casa, de dinheiro, de tudo. Os mais novos – adolescentes ao tempo da independência – guardam na memória dias de liberdade e descontração. Maria José, Isabel e Paula tinham entre 12 e 17 anos quando regressaram. Cresceram e fizeram-se adultas em Portugal mas África corre-lhes no sangue. Bruno já nasceu cá, as memórias de Angola são do pai, que fez dele o cofre das suas recordações africanas.
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